Imóveis públicos serão colocados à venda pelo governo de SP para estimular turismo

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A gestão João Doria (PSDB) lançou um portal que é um catálogo para oferecer imóveis no estado de São Paulo a investidores. A iniciativa é da Secretaria de Turismo (Setur), e os locais devem necessariamente receber empreendimentos turísticos.

No site, cada um dos endereços conta com foto, vídeo, tamanho, potenciais de investimento, status da documentação e caracterização (se é “greenfield” – terreno, “greyfield” – prédio desocupado ou “operation” – negócios em operação).

Há também a indicação de quais empreendimentos seriam mais adequados para cada local, como lugares mais interessantes para hotéis, resorts, centros de exposição, parques temáticos e revitalização de prédios históricos, além de cafés e coworking.

Para começar, técnicos da Setur e da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP) mapearam 50 áreas no Vale do Ribeira, no Litoral Norte, no Litoral Sul e no Centro da capital (Sé e República) com potencial para investimento em turismo.

Vinicius Lummertz, secretário estadual de Turismo, explicou ao G1 que o objetivo é melhorar o acesso de quem deseja investir no estado para fomentar a economia dessas regiões.

“Turismo é uma indústria e o maior empregador do mundo – em 2018, o setor representava 20% dos postos de trabalho do planeta. Uma cidade como Gramado, com 36 mil habitantes, recebe 6 milhões de visitantes por ano com o turismo. É uma forma de preservar a cultura, a história e a natureza, ao mesmo tempo em que permite que a comunidade preste serviço e venda seus produtos”, argumentou o secretário.

Um dos imóveis oferecidos, por exemplo, é um mirante público em Caraguatatuba, no litoral norte. O site informa que a área é indicada para hotel, restaurantes ou centro comercial.

Antes de focar nas oportunidades imobiliárias, a pasta anunciou, no ano passado, o projeto Rotas Cênicas, com o objetivo de implantar passarelas elevadas, mirantes, e postos de parada e informações ao longo das estradas, como é feito em cidades como Canela, no Rio Grande do Sul.

“Queremos colocar o turismo no centro da estratégia do estado de São Paulo, como fazem França, Japão e Itália. Paris precisa do Louvre, assim como Madri precisa do Prado. Onde tem turismo, não tem desemprego; a questão é fomentar”, continuou Vinicius Lummertz.

O novo portal da Secretaria de Turismo também apresenta possibilidades de locação, em vez da compra, e inclui propriedades privadas que, de acordo com a Setur, foram indicadas com o auxílio do Secovi-SP, sindicato do mercado imobiliário, e de prefeituras.

Fazenda São João Batista, em Itariri, na região de Santos, é um dos imóveis privados anunciados no novo site do governo do estado — Foto: Reprodução/Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo

Fazenda São João Batista, em Itariri, na região de Santos, é um dos imóveis privados anunciados no novo site do governo do estado — Foto: Reprodução/Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo

Atenções sobre o Centro de SP

Um total de 22 imóveis no Centro da cidade de São Paulo também foram escolhidos para ilustrar as primeiras ofertas da Secretaria Estadual de Turismo.

Um deles, na Praça da Sé, 270, é indicado para o investidor que queira implantar um hotel, um restaurante ou um café. O site informa que se trata de um prédio público localizado no centro histórico e financeiro.

Prédio público na Praça da Sé, Centro de São Paulo, é um dos imóveis anunciados para investidores pelo governo do estado — Foto: Google Earth/Reprodução

Prédio público na Praça da Sé, Centro de São Paulo, é um dos imóveis anunciados para investidores pelo governo do estado — Foto: Google Earth/Reprodução

G1 questionou o arquiteto e urbanista Silvio Oskman, professor da Escola da Cidade e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e especialista em patrimônio, se há algum risco envolvendo a privatização de imóveis públicos no Centro da capital.

“Ocupar é fundamental, não tenha a menor dúvida. A questão é que, nos casos de imóveis públicos, o estado abre mão de ativos, da possibilidade de investir em habitação, por exemplo, de assumir uma responsabilidade perante a sociedade. Nos casos em que desonera o poder público, ele precisa dizer para população onde o dinheiro será investido”, pontuou Oskman.

“Outro aspecto na oferta de imóveis para investidores é que seria importante estabelecer critérios para garantir a pluralidade das ocupações, de modo que contemplasse todas as classes, A, B e C. Quando começa a qualificar uma área urbana, o mercado todo cresce, e, se você não controla esse crescimento minimamente, isso gera um processo de expulsão, de degradação. Não pode valorizar um lugar a ponto de expulsar os pequenos comércios, a loja que vende tudo, o tiozinho do chaveiro. Uma coisa é vender ativo, outra, é abrir mão da responsabilidade perante a sociedade”, completou.

 Fonte : G1

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