As mudanças no Turismo 3

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Por Nivaldo B. Scrivano

 

 

 

 

 

 

Após a Segunda Guerra Mundial o transporte aéreo teve um grande e constante crescimento. Tanto em termos de tecnologia com em fluxo de passageiros, cargas e correio.

O Brasil, país de extensão continental, não iria ficar à margem deste progresso. No entanto, sua extensão territorial e concentração de população numa faixa de aproximadamente 200 km a partir do litoral e adensada nos Estados de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul criava um grande problema para a implantação do transporte aéreo no restante do País.

O custo operacional das viagens para as demais localidades do País se tornava proibitivo.

O Governo estabelece, então, um sistema de tarifas controladas e compensatória para o transporte aéreo nacional. Esta nova regra, simplificadamente, estabelecia que a concessão das linhas se dava de forma “casada”, ou seja, uma Empresa Aérea recebia a concessão de transporte de passageiros, carga e correio em uma região “nobre” e ficava obrigada a realizar o transporte em uma outra região de reduzido fluxo de passageiros, carga e correio. Com este esquema se pretendeu realizar o desenvolvimento nacional através do transporte aéreo.

Por exemplo: se uma Empresa Aérea recebia a concessão de um voo diário para o trecho Rio de Janeiro / São Paulo / Curitiba / Florianópolis / Porto Alegre era obrigada a realizar um voo São Paulo / Rio de Janeiro / Nanuque / Xique Xique / Caravelas / Salvador (é apenas um exemplo hipotético).

Mas… e a tarifa? Como era calculada pela autoridade competente, o DAC – Departamento de Aviação Civil, com os custos dos dois trechos imputados como custo do trecho Sul. A partir deste custo (entendido como compensatório) era calculada a tarifa ao passageiro.

Desta forma, a tarifa ao passageiro nos voos nacionais passou a ser um dos mais caros do mundo (considerado o percurso em milhas). Em compensação o transporte aéreo passou a ser o grande suporte ao desenvolvimento nacional, gerando progresso, empreendimentos e empregos.

E o Turismo? Como ficou? Num primeiro momento, nada mudou. Permanecia a supremacia das Excursões Rodoviárias, uma vez que a tarifa aérea só alcançava uma parcela muito reduzida da população.

A EMBRATUR criou um Programa de Desenvolvimento do Turismo absorvendo parte dos custos de divulgação dos roteiros e lançando o TDR e o VTD. Siglas estas significando Turismo Doméstico Rodoviário e Voo de Turismo Doméstico.

Neste programas, a hotelaria concedia 40% de desconto nas tarifas de balcão e as Companhias Aéreas 40% de desconto nas tarifas oficiais na baixa temporada, fora das férias escolares e feriados prolongados para os grupos organizados pelas Agências de Turismo sob a égide do TDR e do VTD.

Com estes lançamentos, o mercado foi impulsionado e as pessoas da classe média puderam realizar seu grande sonho de Excursões Aéreas Nacionais.

Estas Excursões Aéreas ofereciam ao Turista, aos moldes do que era oferecido pelas Excursões Rodoviárias, Hotel, Traslados, City Tour, Sightseeing e Jantares Temáticos. Um programa completo de atrações nas cidades visitadas.

O preço passou a ser competitivo, inclusive, porque a duração das viagens se reduziu, em relação ao mesmo roteiro rodoviário indo direto ao ponto principal do roteiro, as grandes cidades atrativas, sem o percurso rodoviários de diversos dias até elas.

E as Excursões Aéreas passaram, gradualmente, a substituir as Excursões Rodoviárias.

Nivaldo B. Scrivano

Registro 071

Seccional São Paulo

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