Número de pessoas na fronteira dos EUA com o México cresce

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Por Redação T&E com Editorias

Março de 2021 registrou o maior número – nos últimos 15 anos – de pessoas apreendidas pelas autoridades americanas por tentarem entrar ilegalmente nos Estados Unidos através da fronteira com o México, em busca de refúgio ou asilo na América. Foram aproximadamente 171 mil prisões efetuadas somente em março, e ao todo já são mais de 300 mil somando-se os três primeiros meses do ano.

A mais recente “crise na fronteira” transformou-se no primeiro grande desafio do governo Biden, que embora seja declaradamente a favor de políticas pró-imigração, precisa dar uma resposta positiva para a sociedade americana em relação ao controle da entrada de imigrantes indocumentados nos EUA.

Controle de fronteira dos Estados Unidos (Imagem: Jerry Glaser)

De acordo com especialistas em imigração, a tendência é que o fluxo imigratório em direção aos EUA se intensifique ainda mais nos próximos meses, principalmente de pessoas provenientes de regiões mais carentes da América Central, como El Salvador, Guatemala e Honduras. Em geral, estrangeiros que acreditam que com Joe Biden no poder os Estados Unidos “abrirão suas portas” para a chegada de imigrantes necessitados.

Em 2020, a maioria de imigrantes vindos da fronteira do México não conseguiu entrar nos EUA devido a uma medida conhecida como Título 42, que permitia a “expulsão” imediata de quaisquer pessoas, incluindo crianças, tentando entrar no país sem autorização. A administração Biden, por sua vez, modificou esta regra no início do ano, permitindo ao menos a entrada de crianças desacompanhadas. Entretanto, a maioria dos adultos continuam sendo expulsos e enviados de volta ao México.

Como tentativa não só de controlar a situação atual na fronteira com o México, mas também para prevenir novos problemas desse tipo no futuro, o presidente Biden enviou ainda em março uma delegação chefiada pela ex-embaixadora Roberta Jacobson ao país vizinho, com a missão de definir uma estratégia comum e um plano eficaz e humanitário de cooperação, que prevê inclusive cerca de quatro bilhões de dólares enviados pelos EUA para diversos países da América Central, sobretudo aqueles que nos últimos anos foram mais afetados por problemas políticos, econômicos ou por desastres naturais.

Sob o programa de tolerância zero para imigração ilegal, o governo republicano de Donald Trump começou a separar crianças de seus pais desde maio de 2018, a maioria delas fugindo da pobreza extrema e violência de seus países de origem. Calcula-se que quase 3.000 crianças foram separadas de suas famílias durante este período.

Entretanto, críticos do governo Biden tem se manifestado sobre a situação na fronteira lembrando que historicamente os governos democratas prendem e deportam mais imigrantes ilegais do que os governos republicanos, apesar do discurso pró-imigrante dos atuais governantes. Eles alegam, por exemplo, que durante os oito anos do governo Obama (2009-2016) foram deportados aproximadamente 3 milhões de pessoas. Um recorde histórico no país.

Democratas e republicanos também tem discordado sobre a polemica proposta do governo Biden em relação a uma possível anistia para 11 milhões de pessoas atualmente indocumentadas nos Estados Unidos, e a votação da anistia que era prevista para março, deve agora se arrastar pelos próximos meses, até que chegue a um acordo satisfatório para ambos os partidos.

Fonte: AG Immigration

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